Querer um sistema de transporte público eficaz e pontual será pedir muito?
Novos passes: entidades dizem estar prontas e utentes temem enchentes
Com a redução do valor dos passes para incentivar uma maior utilização dos transportes públicos, não só em prol do ambiente, mas também em prol das finanças familiares e dos nossos idosos - que aplaudo - verifico que se tomam medidas bonitas no papel, mas irrealistas.
Os meios de transporte, na sua maioria, estão obsoletos, avariados e os que circulam a necessitar urgentemente de reparação. De barcos a comboios, metro e autocarros, nunca sabemos quando um deles irá avariar, em pleno rio, em plena linha ou no meio de uma rua algures.
Para além disso, com a constante supressão de horários, por vários motivos - greves, avarias ou porque sim -, não conseguimos cumprir os nossos compromissos sejam eles profissionais ou outros, e as desculpas que damos para justificar os nosso constantes atrasos, se devem a falhas no sistema de transportes públicos já não convencem ninguém. Nem a entidade patronal, nem o exame médico ao qual não comparecemos e que foi remarcado, nem às aulas que acabamos por faltar e assim por diante.
E nas grandes áreas metropolitanas, com o grande afluxo de turistas - que não nego ser positivo para a economia local e nacional - , a sobrelotação dos transportes públicos tornou-se intolerável. Viaja-se de metro e de autocarro como gado - cabe sempre mais um se dermos um empurrãozinho -, e viver assim não é digno nem para animais, quanto mais para pessoas.
Será pedir muito a um país que tenha um sistema de transporte público eficaz e pontual?