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Como já aqui tinha referido, o meu processo de minimalismo não começou pelos objectos. Achei que o meu prazer pelo desapego deveria começar não pela materialização, mas pela abstracção.
Quando alguém começa o minimalismo pelos objectos, conseguirá desfazer-se deles rapidamente, mas o mesmo não se passa com as abstracções. Essas têm de ser arrancadas de nós por nós, o que implica uma disciplina férrea, porque afinal estaremos a destralharmo-nos, a desocupar-nos.
O excesso de abstracções começa por uma necessidade constante de nos mantermos sempre ocupados, mesmo nos dias em que podemos simplesmente fazer nada. O tempo para pensar torna-se inconveniente. O tempo para se estar é sempre inoportuno. Deixa de haver tempo para se ser. Não nos concedemos autorização para parar.
E como consequência, o consumo do virtual torna-se excessivo em detrimento do real. Ostenta-se a alienação e o desperdício do ser como burgueses que se acham ricos de nada e de vazios.
A energia vital perde-se em tanto, que nada resta para o pouco que precisamos.
O dia que mudou a minha vida foi quando percebi que o pouco era o tanto que sempre quis.
minimal me, less to be more
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