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Um dos blogs que sigo fielmente há alguns anos e que simplesmente adoro é o Não compreendo as mulheres.
Escrito pelo Ivar Corceiro com uma rara sensibilidade para compreender o que não se compreende nas mulheres e no seu próprio mundo. Um mundo muitas vezes às avessas e que o tem levado pelos inesperados da vida.
Espreitem também as suas crónicas na AveiroMag:
Do que me lembro é de ter que dar dois passos por cada um do meu pai. Ele andava, eu corria. Disso e de conversarmos sobre tudo menos da escola, o que me fazia esperar com ânsia pela hora em que, depois do jantar, ele me perguntava se eu queria ir tomar café. Tratava-me pelo diminutivo, a mim e ao café, correspondendo sem contemplações à minha condição de criança. Claro que com cinco ou seis anos de idade não se bebe tal coisa, mas pode-se perfeitamente fingir que sim. Um garoto, pedia eu.
É sempre assim. Tudo aquilo que vejo lembra-me algo do meu passado e da minha cidade. Numa rua qualquer de Liverpool acabam de passar por mim, tal e qual, pai e filho. O pai caminhava, o filho corria. Não sei do que falavam, mas sei que daqui a quarenta anos o mais novo ainda se vai lembrar disso mesmo.
A primeira vez que senti verdadeiramente medo, aquele medo profundo, irracional, foi quando o meu filho nasceu.
É um medo de tudo e de nada e sei que esse medo nunca mais me irá abandonar.
É o medo de perder o amor da minha vida.
Hoje ele faz 11 anos e o meu amor por ele é maior que o meu abraço.
É um amor que contém em si tanta liberdade de amar que sei que não o sentirei por mais ninguém.
Não saberia explicar ou quantificar este amor. Apenas sei que quem nunca amou assim, não sabe verdadeiramente o que é amar.
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