Tenho demasiados rascunhos.
Não gosto de rascunhos.
Sei que preciso deles e irrita-me profundamente não escrever de uma vez por todas aquilo que quero escrever.
Sempre que tenho uma ideia, da mais estapafúrdia à mais genial, escrevo-a, em qualquer lado.
Em papel higiénico, talões de supermercado, post-its, na mão.
Chego a enviar emails a mim própria.
Um dia tentei organizá-las em pequenos cadernos, mas as minhas ideias não se deixam prender assim tão facilmente em quadriculado ou em pautado militar de uma folha de papel.
Rebeldes e teimosas até na forma como se deixam rabiscar!
Não vou mentir: não pretendo escrever sobre a maioria delas.
Apenas as quero coleccionar, como pedrinhas com formas engraçadas, que vou encontrando no chão da minha mente.