Green Book by Peter Farrelly
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Tenho andado arredada do cinema por nenhuma razão em particular e finalmente tive oportunidade de ver Green Book de Peter Farrelly, um filme inesperado vindo deste realizador.
Habituados às patetices de Doidos por Mary e Doidos à Solta, de repente abeiramo-nos de um filme mais sério sobre o racismo nos anos 60 que vive as suas sequelas num país que ainda revela dificuldades em não julgar o outro pela cor da pele.
Desconhecia por completo que existira um guia que ajudou muitos viajantes negros a encontrar os hotéis, restaurantes, estações de serviço e outros locais onde seriam bem-vindos e tratados como seres humanos. Apesar do tempo que já passou, a segregação racial nos Estados Unidos é uma daquelas fogueiras quase apagadas, já em cinzas, mas se remexidas, podem alimentar um fogo monstruoso e destrutivo.
Por detrás da aparente calmaria e mudez que a câmara capta, esconde-se a simplicidade de quem olha, do que não é dito, das cicatrizes que ficam.
E esta simplicidade é absolutamente extraordinária.
You never win with violence. You only win when you maintain your dignity.