Os emigrantes
Ao nível “macro” (perdão), temos os benefícios fiscais ou os 6500 euros que o Estado oferece aos emigrantes que regressem à terrinha e contribuam para diluir a sujidade turística e afinar a pureza da “portugalidade”.
Apenas se estranha um pouco que, dado o fulgurante sucesso económico dos drs. Costa e Centeno, os emigrantes necessitem de incentivo material para voltar aqui. A acreditar nos peritos amestrados do governo, a pujança de Portugal é tanta que os outrora foragidos da “troika” deviam esgadanhar-se para alcançar Vilar Formoso. Pelos vistos, não se esgadanham. E nem os incentivos convencem esses traidores.
Felizmente, há excepções.
Decerto desiludido com a fraca resposta dos emigrantes indiferenciados, o governo passou a apostar no regresso dos especializados. Em particular, os funcionários do Estado Islâmico. É uma ideia radiosa, a de recuperar “jihadistas” em fase indefinida das respectivas carreiras. Trata-se de trabalhadores altamente motivados, assíduos e dotados de competências raras nos sectores dos rebentamentos e das decapitações.
Alberto Gonçalves in Observador