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Werk ohne Autor é inspirado pelas trágicas e misteriosas coincidências familiares de Gerhard Richter, que criou a sua arte intuitivamente, de forma mística. 

A sua arte viria a revelar a verdade que ele próprio desconhecia, de forma quase sobrenatural.

Florian Henckel von Donnersmarck enquanto dirige o filme mantém-se num deslumbramento cativo, como se não conseguisse racionalizar com a câmara, hipnoticamente aprisionado pela arte de Richter, que recolhe percepções aparentemente aleatórias e incompletas, criando um puzzle artístico de verdades crípticas.

Quando questionado sobre as suas obras, Richter é homem de parcas palavras.

Sobre as fotografias que recriou, apenas diz:

Elas querem o que querem.

Não gosto daquelas que compreendo.

Contra parvos não há argumentos.

[Ouvido na mesa ao lado] 

-Não me fales mais assim!

-Assim como?

-De forma agressiva.

-Mas ofendi-te de alguma maneira?

-Não. Só não gosto que sejas agressiva.

-Nem falei alto.

-Mas foste agressiva...

-Mas tu és um homem ou um urso de peluche?

Uma pitada de cinismo q.b. torna a vida mais apurada.

As redes sociais passaram de um pressuposto inicial de conexão, comunicação e partilha, para os seus antípodas. Tornaram-se em ditaduras de desconexão, falsa comunicação e a recolha em massa de dados pessoais.
Quem não está nas redes sociais não existe e é exactamente isso que anseio, por essa inexistência pacífica sem dramas de faca e alguidar.

Vi-me em situações caricatas de puro absurdo distópico que não quero repetir.

Aliás, deambular pelas redes sociais é cada vez mais como ir ao circo.

Como na Antiga Roma, proporcionam o divertimento necessário para evitar o pensamento crítico, o raciocínio, estupidificando as pessoas.

Há corridas para averiguar quem é o melhor, combates entre gladiadores, acrobacias, animais amestrados, palhaços, malabaristas, ilusionismo, contorcionismo, equilibrismo, engolidores de fogo.

E este Circus Maximus está cada vez mais exótico.

minimal me, less to be more