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@ Flaked
Quando vi o primeiro episódio não percebi bem o que estava a ver e pensei que lá mais para a frente isto ia dar uma volta qualquer surpreendente. Só que não.
Flaked é um bando de homens choramingas, um bando não, estou a exagerar, apenas dois, que querem ser vistos como uns pobres coitados que não têm sorte na vida, mas que apenas são preguiçosos para fazer algo dela.
Tudo se resume à visão da adultez (inventei agora mesmo) como um evento dramático e não como algo natural.
Cada episódio um pequeno grande vazio tragicómico, e é aqui que reside o problema: nem dá vontade de chorar, nem de rir. Anestesia-nos com aquela indiferença chata e aborrecida que nos atira para os braços de uma grande soneca.
O melhor desta série: quando Will Arnett despe a t-shirt.
O pior desta série: quando Will Arnett veste a t-shirt.
Só recentemente comecei a maquilhar-me e continuo sem perceber muito bem como tudo aquilo funciona.
Um curso de engenharia não seria suficiente para perceber a mecânica de tantos pincéis e outros tantos pós que me parecem iguais. A confusão de cremes que não se deixam escolher, o equívoco de um risco no olho, a translineação de um batom, as pestanas que se enrolam numa vírgula, as sobrancelhas que se mantêm desgarradas a uma onda que não se desfaz têm-me deixado à beira de um colapso.
Tolstoi com as suas 1000 páginas de Guerra e Paz serão claramente muito mais toleráveis.
Digo-vos o que acho.
Nunca ouvi tamanho disparate pretensioso e de autocomiseração.
O que precisam é de se levantar, sair para o mundo e fazer alguma coisa. É por isso que estão tão perdidos. Acho que existe um imperativo no Homem, em todos os homens, em deixar uma marca.
É a acção que nos define.
Acção, não sofrimento.
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