Heart

@ Exposição de pintura Pop Renaissance

de Marco Conti Sikic

Escrevo na blogosfera desde 2011.

Raramente me parabernizo por esse feito que não o considero como tal, porque escrever para mim não é uma conquista, mas uma necessidade premente que nasceu comigo. 

O meu primeiro blog foi o Miss X, que entretanto tornei privado por motivos telenovelescos que decidi não alimentar. Para quem não o leu,  naquele blog desafiei a lei da física social e expus-me (talvez) em demasia, de forma muito ingénua, desconhecendo por completo a voracidade monstruosa das redes sociais e o impacto da mesma no nosso estado humano.

Com toda a sinceridade, admiro todos aqueles que expôem a sua vida na blogosfera, tal qual como são, com pouco ou nenhum filtro, como também eu fiz outrora. Não é necessária somente coragem para a escrever, mas também para lidar com as consequências do que se escreve. Quando se escreve perdemos por completo o controlo da ressonância nos outros, o espectro de distorção, a criatividade da reinterpretação.

Por detrás do Sereia Louca está a mesma mulher, com a mesma história, com o mesmo sentir, mas agora mais distante. Não quero que aquilo que escrevo seja autopsiado visceralmente, como se soubessem exactamente as circunstâncias pessoais e íntimas que me levaram a escrever as palavras que escrevo.

Não importa saber.