Fechem o Facebook
Para se comprovar este fenómeno da bacoquice pensante, basta dar uma pequena volta às cada vez mais assustadoras caixas de comentários do Facebook ou do Twitter. É uma absoluta selva de estupidez irrefletida: gente a insultar-se por tudo e por nada, a cobardia atroz de quem se esconde por detrás de um ecrã, opiniões que são fruto da absoluta ignorância, partilhas de notícias manifestamente falsas.
É o sedentarismo total do pensamento — e da gramática e ortografia, convenhamos. É exatamente como uma conversa de bêbados de tasca: está tudo aos berros, ninguém diz nada de jeito, ninguém ouve ninguém.
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Infelizmente, temos demasiados exemplos que mostram como esta nova dimensão da vida gerada pela internet está longe de ser estéril — ela produz efeitos. E é por isso que eu digo que as redes sociais podem ter sido a pior invenção da humanidade.
O Facebook, em particular, está para a destruição do pensamento como a bomba atómica está para a destruição da terra. Contam-se pelos dedos as criticas construtivas. O mundo parece estar, aliás, com um défice colossal de construção. Neste momento, só se destrói.
in Fechem o Facebook, o sítio onde não existe tempo para pensar por Ana Luísa Bernardino