Qualquer segredo está contaminado por uma sordidez escura e viscosa, que tateamos de mãos vendadas, em busca da vã glória da descoberta.

Quando tocada, desencadeia um cataclismo lamacento, soterrando a surpresa e o espanto.

Depois é só limpar o que ela sujou.

Há uma falha na normalidade, algo de desarrumado, que tem sabor a mundo a acabar: a impossibilidade possível e a humanidade sem humano dentro dela.

Ia escrever qualquer coisa sobre o senso comum não ser nada comum, mas Voltaire decidiu escrevê-lo por mim e por toda a humanidade.

Adoro contra-sensos, especialmente os meus que carecem de originalidade. Estou aqui não estando e, não estando, estou.

Confuso? Claro que não.

Basta conjugar os verbos que quisermos, criando uma verborreia aparentemente filosófica para enganar os mais incautos. Tantos eram os verbos para conjugar, que decidi parar com a verborreia, verborreia essa que já carecia de alguma sensatez.

Sabem bem que adoro ser insensata, no entanto, contra os meus desejos mais primitivos, tenho praticado profusamente uma sensatez estóica, o que explica a minha quietude bloguista, com este silêncio maravilhoso de mais de um ano.

Não sei o que dizer.

Quando o descobrir, cá virei escrevê-lo.

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