Antepassados do tempo que lhe pesam na imortalidade da alma
Ligeia, a sereia de voz cristalina, percorre pelas palmas das suas mãos, as linhas que contam os mil anos que já viveu.
Antepassados do tempo que lhe pesam na imortalidade da alma. Tempo de Sol que sempre morre e nasce num ciclo interminável de noites e dias. Tempo de Lua que lhe ilumina o horizonte que observa, mas não alcança.
A tristeza que mora em si não tem um motivo, tem tantos que não os conseguiria contar pelas estrelas do céu.
Se um humano tem o seu limite de humanidade para com a dor, Ligeia para sempre sentirá os seus resquícios. Fragmentos que permanecem pelo limite da dor que foi ultrapassado e o excesso dela que não se consegue dissolver.
Canta-a como fado até que a voz lhe falte.
O silêncio será a sua cura.
Post reescrito do original publicado em prettylittlegangster.blogs.sapo.pt
As palavras omissas foram guardadas.