Liraz, a alquimista, impregna-se no teu ser sem que o saibas.

Está no teu cabelo, na tua boca, na tua pele, na tua mente, por todos os recantos da tua alma, sem te ter alguma vez tocado com os seus dedos.

Deixa-te cair e, no entanto, não cais.

Atira-te para o abismo e, no entanto, não o sentes como tal.

Transformado em gelo e. no entanto, nunca te sentiste tão aquecido.

Liraz, na sua eterna busca pela pedra filosofal, transmuta a vida por onde passa.

A mais pura das magias.

Diz a lenda que nenhum humano sobrevive a uma sereia.

Sem ar, submersos pela água,

cegos, pelo brilho das escamas,

loucos, pelo encantamento do canto.

As minhas sereias 

Adormecidas no fundo do mar

De cabelos naufragados

Em sonhos de ir e voltar.

Gvidon, a encantadora de Sol, a nota harmonicamente perfeita, sinuosa no movimento da pauta que a encerra, observa-nos a alma, muito para além dos olhos que a nâo vêem, e dir-nos-á, sem partitura, a música que precisamos de ouvir.