Viagem ao centro da Terra
Encetei uma viagem ao centro da Terra para recuperar o meu poder de horizonte.
Raramente o encontramos quando obervamos o Céu. Encontramo-lo escondido na escuridão das entranhas cristalizadas, nas cores prismáticas dos minerais, nas estalactites aguçadas e ecos vazios de grutas inacessíveis.
Até lá chegar, esmaguei flores, silenciei pássaros, gelei vulcões e até os mares incendiei.
Nada senti e entorpeci os meus pensamentos para não ser destruída por eles.
Apenas a mente me comandou, qual bússola sem norte em busca do seu poente.
Regressei de mão dada com Dante, que prometera comigo voltar, num misto de temor e deslumbramento, caminhando sobre os destroços de humanidade dos fantasmas da minha existência.
Comigo trouxe pedras: amestistas, esmeraldas, diamantes, rubis e safiras.
Preciosas, dizem.
Ir ao Inferno e voltar não é demagogia.
É pura geologia.